Toque de recolher: “Essas três horas de diferença vão gerar 10 mil desempregados”, diz presidente da CDL

Karina Anunciato e Michael Franco

Presidente da CDL comentou que medidas mais restritivas podem custar empregos (Foto: Reprodução/CDL-CG)

A partir do próximo domingo (14), Mato Grosso do Sul terá um novo toque de recolher com início às 20h, além de restrições aos fins de semana. A medida impacta diretamente o comércio, sobretudo o noturno. Para entender como o setor recebeu as mudanças, o Jornal das Sete conversou com o diretor-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG), Adelaido Vila.

Ele disse que a ampliação do toque de recolher terá consequências fatais para o empresariado e, por tabela, funcionários. “Essas três horas de diferença vão gerar, no mínimo, dez mil desempregados. Essa extinção de três horas de trabalho, das 20h às 23h, isso deve fechar muitos estabelecimentos e gerar dez mil desempregos”.

Adelaido Vila comentou ainda que os pedidos dos lojistas para que as medidas não sejam tão duras no comércio, fazem com que pessoas pensem que o setor desacredita da pandemia. A realidade é outra, os comerciantes estão pagando por algo que eles não causaram. “Não somos negacionistas, sabemos que existe um caos na saúde pública que não foi provocado por nós. Foi provocada pela incompetência com que a saúde sempre foi tratada no nosso estado. Nunca foi uma prioridade”.

O entrevistado avaliou que o poder público falhou em fiscalizar aglomerações que realmente representam perigo neste período delicado. “Vimos festas clandestinas e outras coisas acontecendo sem o devido o combate e ajustamento de conduta”.

Vila também disse que a justiça pode ser acionada caso não haja consenso no diálogo. “Estamos vivendo sem apoio, sem ajuda de ninguém. Vendo trabalhador passando fome, trabalhador com dificuldade financeira. É um momento muito difícil para todos nós e temos pessoas que olham para nós e simplesmente dizem fica em casa […] caso a gente não consiga reverter isso na base do diálogo, vamos sim acionar a justiça para que ela tome sua decisão”.

Ouça a entrevista completa com Adelaido Vila: