Setembro Verde: manifestação em vida garante cumprimento de doação de órgãos e tecidos

Karina Anunciato e Michael Franco

Atualmente são mais de 53 mil pessoas na fila de transplantes no Brasil (Foto: Edemir Rodrigues)

Falar sobre a morte, em nenhum momento da história, este assunto foi fácil de ser introduzido no seio das famílias. No entanto, deixar de verbalizar a vontade de ser um doador de órgãos, pode ser o ponto final – não apenas para quem parte, mas também para quem aguarda uma doação.

Claire Carmen Miozzo, Coordenadora da Central de Transplante de Mato Grosso do Sul (Foto: Arquivo Pessoal)

Neste mês de conscientização de doação de órgãos e tecidos, a Coordenadora da Central de Transplante de Mato Grosso do Sul, Claire Carmen Miozzo, explicou que uma das principais negativas das famílias de possíveis doadores é que eles afirmam que desconhecem a vontade da pessoa.

“Por isso a campanha deste ano traz como tema, ‘Declare-se doador de órgãos e tecidos, a vida é sua família’, porque não basta ter essa vontade, e não deixar claro para a família. Quem autoriza a doação é a família mediante duas testemunhas, então a família precisa estar ciente”.

A autorização de doação de órgão é feita por um parente até segundo grau. Podem se manifestar sobre o conhecimento da vontade do falecido: o cônjuge; em primeiro grau – pais e filhos; em segundo grau – irmãos, avós e netos.

Muitos fatores impedem a qualidade de doador, inclusive a falta de um parente responsável para assinar o termo, comum em situações na qual a família viva em outro estado, por exemplo. Além da autorização familiar, doenças como a covid-19, HIV positivo, doenças fúngicas, entre outras descaracterizam o candidato. Em caso de falecimento dentro de hospital por morte encefálica, ainda sim são realizados vários exames e confirmada a possibilidade de doação. “Do contrário nem realizamos a abordagem com a família”.

Nesta segunda-feira (27) foi realizado o lançamento oficial da campanha de incentivo a doação de órgãos e tecidos pelo Ministério da Saúde. A campanha será veiculada em todos os meios de comunicação trazendo a cantora Naiara Azevedo como porta-voz. Atualmente são mais de 53 mil pessoas no Brasil aguardando por um transplante.

A entrevista completa com Claire Carmen Miozzo, você confere aqui: