Isolamento social contribuiu para o agravamento da violência contra a mulher

Karina Anunciato e Michael Franco

Thaís Dominato alerta ainda que embora tenha caído o número de denúncias e autorizações de medidas protetivas, isso não significa que a violência diminuiu. (Foto: Divulgação)

Só em 2020, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul realizou 4.025 atendimentos em Campo Grande de mulheres vítimas de violência. A situação se agravou durante a pandemia da Covid-19 na qual vítima e agressor ficaram isolados em casa. Com o objetivo de refletir sobre as práticas de enfrentamento a este problema, segue até o dia 10 de Dezembro, a campanha mundial: 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher que conta com a participação da defensoria do Estado.

Nesta sexta-feira (04), o Jornal das Sete conversou com a Defensora Pública e coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), Thaís Dominato Silva Teixeira, que falou sobre o trabalho de acolhimento das vítimas.

Acostumada a acompanhar o sofrimento de quem passa por essa situação, a defensora explicou que devido a pandemia do novo coronavírus muitas pessoas ficaram reféns dos agressores sem ter como denunciar. “Os números ainda estão sendo computados. Embora tenha caído o número de denúncias e autorizações de medidas protetivas, isso não significa que a violência diminuiu, porque os casos de feminicídios aumentaram”.

A defensora explicou ainda que a mulher é vitima não apenas da violência física, mas também da violência obstétrica, financeira, de gênero e psicológica. Para Dominato, esta última merece atenção especial, já que o percentual de mulheres adoecidas com pensamentos suicidas, devido a exposição por um longo período aos agressores, também aumentou. 

Quem precisar de atendimento pode entrar em contato com o Nudem pelo 3313-4919, ou acessar www.defensoria.ms.def.br para denunciar.

A entrevista completa com a Defensora Pública e Coordenadora do Nudem, Thaís Dominato você confere aqui: